quinta-feira, 13 de maio de 2010

A inveja

Certa vez, mudara-se para um pequena cidade do interior de Minas, uma linda mulher, elegante, de vinte e oito anos, ambiciosa, comunicativa de nome Laura
Tão logo chegou na cidade, com seu modo temperamental e ao mesmo tempo cativante, ela desperta os mais variados tipos de sentimentos. Comentários começam a surgir; os homens despertam para a curiosidade em conhecê-la, e as mulheres se vêem quase todas, numa mistura de mêdo, admiração e inveja.
Para aumentar ainda mais o bafafá, um cidadão dos mais bonito, rico, solteiro e de grande influencia na cidade, logo se apaixona por ela.
Nada como as bocas maldosas para falar e colocar todos os defeitos possíveis e impossíveis
na noviça sonhadora, que logo eram imediatamente aceitos pela população.
Mesmo com todoas as adversidades, após alguns meses de namoro, veio o casamento. Ningúem queria saber quem era aquela poderosa mulher, que em tão pouco tempo, conseguira prender em laços matrimoniais um dos mais concorrido partido que por ali existia. Casados e felizes, agora dama da cidade continuava linda e com um diferencial aos olhos do povo: Podia comprar as melhores roupas, ir aos salões de beleza, frequentar os lugares prediletos da sociedade, enfim, ela gastava por todos os lados, tudo que os padrões da cidade exigia de uma dama , como agora ela era.

Foi a gota dagua para que as outras mulheres se remoessem de raiva, por ela ter tudo que cada uma delas queria ser e não puderam. Só que elas a culpavam por ter sorrateiramente apropriado indevidamente de um patrimônio que todas se achavam no direito de defender. Resultado: Ningúem aproximava muito de Laura, nem tampouco queriam gostar dela. Se as mulheres agiam assim, os homens também falavam mal ,porque tem até um ditado popular que diz: Macaco quando não alcança uma fruta, fala que ela está podre.

Apesar de perceber aonde havia se metido, A bela estrangeira se sentia muito feliz. Conversava com todos que cruzavam o seu caminho. Sorria sempre, acompanhava o marido por onde ele ia e fingia não ver nem ouvir as bocas maldosas que falavam atrás de si.

De tanto que falavam dela, sem ao menos conhê-la, Laura foi sentindo a frieza daquela gente. No fundo ela desejava fazer amizades verdadeiras. Que culpa ela tinha de ter se apaixonado por um homem bonito, e tão desejado por todas? O que ela tinha feito de mal para aquela gente? As vezes comentava com o marido, nas voltas para casa, O que ela não sabia era que as más linguas cogitavam para que ela fosse embora da cidade, instigando a malícia, jogando as mais terríveis sugestões, que as mentes desprevenidas aceitavam sem questionar.
Seu marido tinha conciência de que ela era desejada pelos homens e invejada pela mulheres.

Mesmo contra a maré, a bela dama só se sentia bem vinda, quando entrava em algum estabelecimento para gastar, porque nesta hora o dinheiro falava mais alto. Sábia como era, Laura percebeu aonde se encontrava e num domingo de quemercia, aproveitou que a sociedade local estava presente , ela pegou o microfone e de repente começou a dizer: Meus amigos, aproveitando hoje, um dia tão especial para essa cidade, eu peço um minuto da atenção de todos vocês, para esclarecer de vez, algumas diferenças que existem nessa cidade em relação a minha pessoa. Durante esse meses, fiz todo o possível para ser uma cidadã normal, mas parece que a situação piora a cada dia. Resolvi a partir de hoje reverter essa situação, que entristece a mim e a meu marido; mas que sabemos saiu de pessoas má intencionadas que não suportam ver os outros felizes.
Queria pedir que não me invejassem, pois sei que todos aqui possuem valores eternos, só que estão preocupados dimais se eu tenho valor, ou merecimento para estar aonde estou.
Não tenho nenhuma obrigação de lhes dar satisfação sobre a minha vida, a não ser a meu marido que foi quem me recebeu de braços abertos.
Sei que criticam muito o quanto gasto e desejam que eu me dê mal a qualquer momento. Por isso vou avisando a todos: Se forem dotados de um mínimo de bom senso, acredito que vão mudar de idéia, porque se eu me der mal, não serei a única a sair perdendo com a situação. Sei que aqui se encontra a maioria das pessoas com quem me relaciono socialmente. Eu não pretendo mudar o meu jeito de ser para agráda-los apenas, e sabem porquê? Acusam-me de ser gastadeira. Tudo bem! E se eu parar de gastar, o que vai acontecer?Acusam de destruir o patrimônio de meu marido. Eu naõ gasto o dinheiro dele, ja era rica antes de me casar. Então eu aviso a vocês que: a manicure, a cabelereira, as lojas que me vendem tecidos, a costureira,a bordadeira, o posto de gasolina, o frentista que lava o meu carro,a locadora, a banca de revista,o camelô, a loja de perfumes, a sacoleira, o clube de recreação, o supermecado, o dentista, a casa de chá, a faxineira, a passadeira, o contador, o pety shop, o banqueiro, o padre da paróquia, as intituições de caridade. Enfim! Todos aqui representados terão um pouquinho menos se eu me for daqui. Por isso minha gente, não façam mais torcida pela minha queda, deseje que eu cresça cada dia mais, como eu desejo a prosperidade de todos vocês. Sou muito imperfeita, mas construi ao longo do tempo meus valores internos que não se abalam com ventanias. Muito Obrigada!

Laura deixou o,microfone sobre uma mesinha onde estava antes, desceu altiva, bela como nunca, deu o braço ao marido e saíram da festa. O povo todo se olhou, ningúem se arriscou a dizer uma só palavra, mas uma grande lição ficou no ar. Para sempre!

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